RIO - Eduardo Dussek já tem título para a autobiografia que escreve e que vai acompanhar o songbook previsto para este ano: "O trôpego de Capricórnio", referência bem-humorada à linha abaixo do Equador e a seu signo. A primeira frase está escrita: "Nasci capricorniano, mas já fiz várias cirurgias astrais, e hoje em dia ninguém nota."
- Capricórnio não é signo, é castigo - brinca. - Mas agora estou equilibrando a caretice capricorniana com a loucura de Aquário, meu ascendente.
O equilíbrio vem no momento em que o cantor chega aos 50 anos, comemorados hoje.
- Fiz muita bobagem, quebrei muito a cara, bati várias vezes na parede. Mas, se me derem a chance de mais 50 anos, eles serão mais harmonizados.
Os primeiros 50 anos foram movimentados e bem vividos. Do sucesso absoluto de músicas como "Rock da cachorra" e "Brega-chique" ao fracasso do musical "Galvez, o imperador do Acre"; do estouro de shows como "Carmen by Dussek" e "Cantando no banheiro" ao ostracismo nos anos 90; do triunfo em novelas como "Chica da Silva" à pouca vendagem de LPs como "Dusek na sua", o cantor construiu uma carreira marcada pela inquietação, pela irreverência, pelo escracho e pela ousadia.